Os cubanos Ramona Rodriguez e Ortélio Guerra citam a segurança de ter visto permanente. Enquanto tentam revalidar o diploma, os dois só podem trabalhar em cargos como o de auxiliar de enfermagem. Eles deixaram o programa Mais Médicos no início do ano e agora estão se adaptando a uma nova realidade nos EUA.
Em Miami, os cubanos Ramona Rodriguez e Ortélio Guerra disseram à Folha não se arrepender da escolha que fizeram: sair do Brasil, onde trabalhavam como médicos no programa do governo federal, para atuar como assistentes ou técnicos em clínicas americanas.
Os dois enfrentam agora o mesmo desafio de todos os médicos cubanos que chegam aos EUA. Diante de um complexo e caro processo de revalidação de diploma, a opção é trabalhar em postos que equivalem ao de auxiliar de enfermagem.
Para Ramona, no entanto, vale mais a segurança de não ser mandada de volta a Cuba. “Minha primeira opção era os EUA. No Brasil, tinha medo de ser deportada”, disse.
“Aqui não se pode trabalhar como médica logo, como no Brasil, porque é preciso revalidar o diploma. Mesmo assim foi uma opção melhor.”
Guerra conta que comparou as opções que teria no Brasil, fora do Mais Médicos, e nos EUA. Pensando no futuro, quis a segunda opção.