A sexualidade na velhice é um tema comumente negligenciado pela medicina, pouco conhecido e menos entendido pela sociedade, pelos próprios idosos e pelos profissionais de saúde.
Todos nós, seres humanos, nascemos com o potencial biológico para responder à resposta sexual humana. A sexualidade não se esgota no ato sexual em si. A função sexual acompanha o ser por toda sua vida. É naturalmente condicionada pela cultura, valores morais, ambiente social, aspectos psicológicos e emocionais.
A vivência da sexualidade na terceira idade nada mais é do que a continuação de um processo iniciado na infância. São as alegrias, culpas, vergonhas e repressão de cada um, associadas às modificações fisiológicas e anatômicas que a idade impõe, que determinam o comportamento sexual na terceira idade.
A crença de que a idade e a diminuição da atividade sexual estão inexoravelmente unidos tem feito com que não se preste atenção suficiente a uma das atividades que mais contribuem para a qualidade de vida nos idosos, como é a sexualidade.Há uma grande diferença entre envelhecimento e doença.
Sem dúvida, o envelhecimento acarreta mudanças físicas e biológicas em todos os seres vivos e os órgãos sexuais também envelhecem, mas eles não param de funcionar.
A sexualidade faz parte da existência humana, em qualquer etapa da vida.
O homem idoso precisa desviar a ênfase do seu desempenho sexual, fazendo migrá-los para as emoções. Sua ereção já não é mais a de um jovem de 20 anos, mas mesmo assim ela pode satisfazer sua parceira. A mulher idosa não precisa ter vergonha de suas rugas se não tiver medo de expressar sua sexualidade. Todos podem manter-se sexualmente ativos até o final da vida. A realização sexual e os encontros amorosos são frutos da história e das experiências de cada indivíduo. Há de se ressaltar que para todos os seres humanos, a questão do contato físico é demasiado grande para ser reduzido somente à esfera da “genitalidade”.
É necessário que os profissionais médicos tenham presente a possível existência de alterações sexuais e interroguem mais seus pacientes à respeito da sua vida sexual.
Dra Ana Virginia Gama