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Conselho Regional de Medicina

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A pergunta é simples, porém a resposta depende do ponto de vista dos interessados.

Quando a sociedade foi para as ruas no primeiro semestre de 2013, existia e ainda existe um sentimento de reivindicação, baseado no pressuposto que pagamos altos impostos, e temos o direito da contrapartida através de serviços públicos de qualidade.

A saúde é uma das áreas que aparece nos primeiros lugares nas listas das necessidades imediatas da população. Como médico e militante atuante nas áreas de emergência e tratamento intensivo de vários hospitais brasileiros inclusive no interior, posso garantir que a assertiva verdadeira para pergunta é “mais saúde”.
Nas delongas dos últimos meses muito se falou e pouco se concluiu, porém, os acontecimentos atuais apontam que não é somente com mais médicos que se faz uma boa saúde- a população sabe disso; por isso reivindicou “mais saúde”.

E por “mais saúde” entenda-se: melhor qualidade da atenção básica com promoção na prevenção das doenças, melhora da estruturação física das UPAs e hospitais, resolução de uma vez por todas das freqüentes faltas de insumos, maior número de vagas nas UTIs, e principalmente estímulos que garantam a interiorização de todos os profissionais da saúde, da maneira como ocorre na área jurídica, através da criação da carreira de estado com salários dignos proporcionais a responsabilidade de cada profissional.

A falácia verbalizada por alguns gestores de que o médico não quer ir para o interior dos estados, não se sustenta por si só, quando examinamos as condições precárias de atendimento que são oferecidas, e a instabilidade usual na hora de receber os honorários.

Os altos valores salariais que são oferecidos para atrair o profissional perduram somente nos primeiros meses, e as garantias contratuais na maioria das vezes não são respeitadas, fazendo com que o profissional se refugie em vários empregos nas capitais.

No Brasil, infelizmente a prática da “ambulânciaterapia” com encaminhamento dos pacientes para as capitais, é pratica comum pelo descompromisso com uma saúde de qualidade em algumas cidades do interior.

Não é incomum vermos nas unidades de saúde terciárias encaminhamentos de pacientes com patologias que poderiam ser resolvidas com ações concretas baseadas em uma atenção básica adequada.

Pensando bem, urge que os nossos gestores atuais possam ouvir as vozes das ruas, nem que para isso precisem antes passar por um atendimento de audiometria, quem sabe no Hospital Sírio Libanês.

Hélio Maués -Vice Presidente do CRM-TO/ Diretor do SIMED/Especialista em Pediatria pela UniRio e SBP/ Mestre em Ciências da Saúde/Preceptor da RM em Pediatria da UFT/ Médico da UTI e UI HMPDR.

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