Era uma vez (toda historinha que se preza, mesmo as mais modernas, começa com “era uma vez”)…pois bem, era uma vez uma ilha distante com uma população de, aproximadamente, trinta mil habitantes.

Tudo corria como de costume, as pessoas iam vivendo como Deus permite (ou seria ao Deus dará?)…eis que de repente, não mais que de repente, surgiu uma emergência: valha-me Deus, era a catástrofe anunciada: um vulcão!

Pois é, a ilha tinha vulcões aparentemente adormecidos, mas nesse momento um deles estava prestes a explodir, podendo dizimar toda a população.

“- Mas tudo bem, disseram as autoridades, não há problema, vamos resolver tudo a tempo”.

A ilha possuía um navio e sua tripulação era altamente treinada e dedicada, mesmo trabalhando em situações adversas, como veremos.

É sabido que havia entre a tripulação alguns marginais, o que é inerente a todo e qualquer segmento da organização social humana. E estes marginais eram renegados e repudiados pela esmagadora maioria da correta e ética tripulação.

Acontece que a capacidade do navio era de dez mil passageiros, mas, segundo a tripulação, não comportava mais do que oito mil. Isto devido às más condições de conservação da embarcação…sucateamento, avarias, falta de equipamentos e até falta de material de consumo, higiene e limpeza.

 

A tripulação tentava, com horas extras de trabalho, suprir as deficiências e corrigir as falhas e, sempre que tinha oportunidade, alertava, advertia e solicitava ao seu governo, os reparos necessários.

Crise instalada, o governo se mobilizou e rapidamente diagnosticou o problema, providenciando a solução: considerou e acusou a tripulação de negligência e conduta imprópria. Contratou (ou alugou, não se sabe) uns sofridos navegantes cubanos e decretou:

“- O navio está seguro e sua rota determinada. Embarquem todos, mas todos mesmo. Ficará um tanto apertado, mas a situação atual é de crise e exige sacrifícios. Vamos! Embarquem já! Feliz viagem!”.

O desastre foi inevitável!                                            

Esta é a tragédia do nosso sistema público de saúde: insuficiente navio SUS.

E a Cúpula Governamental? Ah…a Cúpula Governamental deixou a ilha usando seus jatinhos particulares,  afinal aviões são sempre mais seguros, confortáveis e rápidos.

 

 

 Dr. Jaci Silverio de Oliveira

 Presidente do CRM-TO

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