Esse hospital inaugurado há mais ou menos 12 anos, tinha a pretensão de ser o hospital de referência na região centro-norte do Brasil. Quando da sua inauguração eu participava da sua diretoria, e argumentei na época para que o PS fosse isolado do HGPP, e que este funcionasse como hospital das clínicas assim como existe em Goiânia, fui voto vencido, até porque todos queriam trabalhar em um hospital de qualidade, visto que o “hospital da 51”, não oferecia condições mínimas de atendimento. Então, inaugurou-se o hospital “pela metade”, e o seu projeto original até hoje não foi concluído, exemplo: UTI, PS, Sala de Cirurgia, enfermaria, etc, etcc, etc, etc… tudo pela metade. Ocorreu que com o desmantelamento dos pequenos hospitais das cidades menores o HGPP ficou sendo a única solução inclusive para tratamento primário.

Com 200 leitos, cinco salas de cirurgias, e uma UTI pequena, obviamente isso acarretaria em acumulo de doentes, em tendas, corredores, salas vermelhas amarelas, UCIs, tudo improvisado.

Em relação ao PS nos atentamos para o fato deste apresentar uma altíssima resolutividade, apesar de suas parcas condições físicas: exemplo, neste PS faz-se RX, bioquímica, ultrassonografia, ressonância, tomografia, procedimentos endovasculares e cardíacos, cirurgia geral, ortopedia, clínica médica e demais especialidades que cumprem tarefas em regime de sobreaviso.

Houve uma propaganda oficial do aumento do número de leitos, mas convenhamos, é mais um engodo, visto que pacientes aumentaram nos corredores do hospital e o segundo pavimento encontra-se fechado para reforma sem ninguém trabalhando no local.

Em relação às cirurgias eletivas entendemos que os hospitais das pequenas cidades vizinhas deveriam ter essa atividade estimulada para assim evitar a ocupação de leitos no HGPP com cirurgias de pequeno porte. Houve um tempo em que havia um projeto, que funcionava em Miracema do Tocantins, onde alguns cirurgiões iam a esta cidade realizar cirurgias de menor porte, porem por política da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau-TO) esse projeto foi extinto, ao passo que achávamos que deveria ter sido estendido a outras cidades da vizinhança que possuíam centro cirúrgico subaproveitado. Em Palmas os cirurgiões não contam com ambulatório de cirurgia, vagas para internação de doentes para cirurgias eletivas, e também não contam com salas de cirurgia suficientes, causando acumulo de pacientes em pré-operatório, o que não deve ser culpa do cirurgião. Concorre ainda a este problema o fato dos cirurgiões não terem hora disponível em suas escalas para realização de cirurgias eletivas. Outro equivoco foi a retirada da possibilidade destes especialistas receberem produtividade. Não há incentivo financeiro para as cirurgias eletivas.

Tudo isso precisa ser revisto, pelo bem do cidadão. Além do mais com o aumento da demanda neste hospital, seria previsível que ele ficasse defasado rapidamente com a sua grande demanda, necessitando assim de novas soluções, como a construção de um hospital de urgência, e conseqüentemente a preservação do HGPP que é um hospital de referencia para a região norte.

Dr. Tomé Rabelo

Vice-presidente do CRM-TO

Cirurgião geral

Pioneiro no Tocantins 

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