No Brasil, em média, 80% dos pacientes com COVID-19 são assistidos em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e Unidades Básicas de Saúde (UBSs), com posterior monitoramento por parte das secretarias municipais de saúde. O restante dos pacientes precisa de internação hospitalar (15% em enfermaria/apartamento e 5% em UTI).

Em relação aos pacientes com COVID-19 encaminhados para UTIs, por se encontrarem em fases avançadas da doença, pode-se dizer que a taxa de mortalidade é bastante alta.

Portanto, seria essencial que o atendimento em UPAs e UBSs fosse de excelente qualidade e alta eficiência, para se evitarem o agravamento dos sintomas iniciais e a evolução da doença, mas não é o que se tem observado. De modo geral, o atendimento se mostra deficiente e tem muito a ser melhorado, comprometendo, de forma significativa, o paciente com COVID-19, que poderia receber tratamento precoce e monitoramento, ser isolado e não chegar a estágios avançados da doença.

Mas o foco tem estado na questão das UTIs. Olhamos com lupa as UTIs e deixamos de observar que um atendimento inadequado em UPAs e UBSs poderá aumentar a própria demanda por leitos de UTI e, consequentemente, a mortalidade.

Devemos combater o COVID-19 considerando três frentes de luta:

1. Na primeira, está a população, que deve praticar medidas de prevenção: lavar as mãos com água e sabão, usar álcool gel e máscaras, manter ambientes bem ventilados, não compartilhar objetos pessoais, evitar aglomerações… Quando falamos em evitar aglomerações, estamos nos referindo ao Distanciamento Físico Sustentado (DFS), ou seja, distância de dois metros entre as pessoas, solução muito eficiente para controlar o aumento exponencial do COVID-19. É fundamental ter uma fiscalização rigorosa por parte das autoridades competentes, visando coibir festas, reuniões sociais e todo tipo de aglomeração.

2. Na segunda, estão os pacientes com sintomas iniciais de COVID-19, que precisam ser atendidos em UPAs e UBSs, com o objetivo de obter diagnóstico clínico, exames específicos, tratamento precoce, isolamento e posterior monitoramento. Se isto ocorrer de forma adequada, haverá diminuição da necessidade de internações hospitalares, de UTIs, de respiradores e da mortalidade.

Na atualidade, temos vários protocolos de tratamento precoce, sendo que aqui no Tocantins usamos o protocolo do Conselho Regional de Medicina do Estado do Tocantins (CRM-TO).

Outra questão importante a ser considerada é que, do ponto de vista demográfico, o interior do estado tem pessoas com idade média mais elevada, portanto com maior percentual de comorbidades, ou seja, doenças que podem agravar a situação clínica nos pacientes com COVID-19. A maior parte deste grupo de pacientes é assistida nas unidades públicas municipais ao longo de todo o estado, ou seja, em caso de agravamento pode sobrecarregar as UTIs públicas das principais cidades do estado. É fundamental ter um atendimento adequado em UPAs e UBSs, por parte das prefeituras de todo o estado.

3. Na terceira, está o monitoramento diário da necessidade de novas vagas de internação hospitalar e UTI, com o objetivo de conseguir atender, de forma correta e no momento oportuno, todos os pacientes.

 

Dr. Andrés G. Sánchez
CRM-TO 2290
Cardiologista RQE 991
Hemodinâmica RQE 1.001

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