O caos e o desmantelamento da Saúde Pública e da Assistência Médica no Tocantins que está em decomposição e que vieram a tona com os acontecimentos amplamente divulgados na imprensa são problemas agudos do nosso estado, hoje, cujas soluções são imaturas, obscuras, insuficientes e inacabadas. A desordem é profunda, atinge todos os níveis em especial a população ávida por mudanças, que se torna perplexa ante os acontecimentos que vem atingindo a rede hospitalar estadual.
A crise sem fim que atinge o sistema de saúde no estado chega ao desfecho esperado, sem que se faça alguma coisa para curá-la. Médicos e demais trabalhadores na saúde não escapam dos baixos salários, hospitais e equipamentos destruídos, condições críticas de trabalho, sem falar na malfadada e deprimente “tenda” no HGP, verdadeira afronta á dignidade humana, além de mortes despropositadas em hospitais com males incalculáveis.
Toda a sociedade, em maior ou menor grau, percebe a dimensão social da saúde. Em nenhuma época, porém, a sociedade apresentou a consciência de que sua promoção é uma tarefa social. O sistema social em sua totalidade, requer o fator saúde para seu funcionamento, partindo da certeza de que a doença é um estado de desiquilíbrio do ser humano total, considerado ao mesmo tempo como ser biológico e como processo de reajustes sociais e pessoais.
Portanto, neste 7 de abril, em que se comemora o Dia Mundial da Saúde, vamos provocar no leitor uma reação forte e profunda sobre a crise vivida na saúde pública do Tocantins. Ela que é fruto de uma prática política que não quer ter a visão de que o nível de saúde da população é um elemento vital na qualidade de vida e, melhorá-lo, é essencial para o desenvolvimento sócio-econômico. Afinal um modelo saudável de promoção da saúde carece de filosofia sanitária que reflita uma sensibilidade especial em relação a determinados valores e conjunto de noções éticas.
Não podemos permanecer em atitude de crítica ou de escuta, mas sim, lutar, agir, fazer e realizar, com muita imaginação, coragem e audácia, ainda que, com isso, nos exponhamos à contestação por parte dos que não querem mudanças. É necessária uma reorientação no campo da promoção, atenção e assistência de saúde que está moribunda, em seus últimos suspiros, vegetando qual paciente descerebrado vegeta nas UTI da vida.
É preciso mudança de consciência do governo e dos gestores da saúde em nosso estado, mas que não resvalem para as famigeradas terceirizações de consequências funestas.
Acredito e espero, até porque esperar tornou-se para o povo tocantinense o gesto de todos os dias, suas horas, seus minutos e seus segundos, como se estivesse navegando no mar de esperanças e de sonhos de uma vida digna de ser vivida por todo pessoa humana.
Eduardo Braga
Médico
Corregedor do CRM-TO