Na última terça-feira (4) nos deparamos com a notícia de agressão ao médico, Jorge Ivan Alves Bezerra, médico em Paraíso do Tocantins, tendo como agressor um agente penitenciário da cidade.
O médico foi ameaçado com arma para agilizar socorro ao filho do agente que não teve o nome revelado. Como a criança estava sangrando o pai estava exigindo atendimento imediato e começou a gritar com os funcionários da unidade de saúde. Nesse momento, um médico que estava atendendo em um consultório saiu para verificar o que estava acontecendo.
O profissional da saúde teria pedido calma, mas o homem puxou uma pistola em direção a ele, de acordo com a PM. O hospital estava lotado, com pelo menos 50 pessoas, que ficaram muito assustadas com o caso. O médico se trancou em uma sala até que o carro da polícia chegou ao local. O homem foi detido e levado para a Central de Flagrantes de Paraíso do Tocantins.
De acordo com os profissionais da saúde, a criança foi atendida, ela apresentava apenas uma lesão superficial, sem gravidade, o ferimento foi suturado e a criança encaminhada para casa.
Repúdio
O Conselho Regional de Medicina repudia qualquer tipo de ameaça e agressão ao médico no seu exercício profissional e esclarece que a crise no SUS tem levado a população, em alguns casos, a responsabilizar os médicos pelo caos na saúde, sendo isso um equívoco, aqui o CRM-TO afirma e esclarece que os maiores problemas e gargalos da saúde são acarretados pela má gestão dos recursos pelos poderes competentes.
Desagravo
O Código de Ética Médica, no capítulo Direito do Médico tipifica no inciso VII à possibilidade de requerimento de Desagravo Público. Tal direito, ainda, encontra respaldo na Constituição Federal Brasileira, que no artigo 5o, inciso V, tipifica “ é assegurado o direito de resposta ao agravo, além de indenização por dano material, moral ou à imagem”. O desagravo publico é possível quando o medico é atingido no exercício de sua profissão.
Pesquisa
Segundo levantamento do Datafolha, em conjunto com Conselho Regional de São Paulo (Cremesp), demora no atendimento é apontada como principal causa de agressão a médicos.
Os profissionais da medicina não são os únicos que se queixam da violência no sistema de saúde. Os Conselhos Regionais de Enfermagem são acionados com freqüência pelo mesmo motivo.
O principal motivo das agressões sofridas por médicos, segundo os pacientes, é a demora no atendimento (41%), a falta de médicos que gera a lotação em hospitais (18%). Entre as causas para um ambiente conflituoso nas unidades de saúde, está as longas jornadas, a falta de equipe e equipamento. Pelo lado dos pacientes, a espera para o atendimento que leva a um hospital cheio faz com que eles se sintam cada vez mais distantes do médico.
Em dezembro de 2015 foi divulgado pelo CREMESP pesquisa sobre agressões à médicos no exercício profissional.
Segundo apurado, 77% dos médicos conhecem um colega que sofreu algum episódio de violência na relação com pacientes. A maioria era de médicos jovens (78% de 24 a 34 anos). Em 70% dos casos, os agressores foram os pacientes.
Segundo os dados, 84% dos médicos que sofreram agressão alegam ter sido atacados verbalmente e 80%, psicologicamente; 60% revelam que os problemas ocorrem geralmente durante a consulta; 32% dizem que episódios de violência ocorrem sempre ou quase sempre; e 85% profissionais têm percepção de que os episódios ocorrem mais no Sistema único de Saúde (SUS). (Com informações do G1 Tocantins).